sábado, 27 de março de 2010

Dia desses... o rio me chutou

Achava eu que a minha vida era dolorida, talvez seja pelo insucesso ocorrido por meus fracassos amorosos contínuos... problemas familiares ( se eu tenho estes é porque ao menos familiares eu tenho)... problemas de saúde... a solidão...

Como sempre meu amavel rio, minha fuga de tudo, meu consolo de tudo, meu melhor amigo, tinha que me dar uma amável lição.

Sentada estava eu...a contemplar a correnteza... desejando de dentro do interior que agua que ali deslizava limpasse os meus problemas... os arrastassem para bem longe de mim.

De repente, certeiramente uma bola de plástico, tamanho médio, leve, com listras vermelhas e azuis me atinge.
Pego a bola... querendo acertar a cara daquele que a chutou em minha direção... para descontar minha fúria pelo interrompimento de minha concentração...

O ocorrido se deu devido ao chute erroneio de um menino, aproximadamente 7 anos, que cantarolava uma música brega... minha vontade era enfiar a bola na boca dele... porém, todavia fui surpreendida...
Olhei, olho no olho... o garoto era cego... cego dos dois olhos... fiquei sem reação...
Pensei eu...em choque fiquei... porque tanta felicidade em chutar uma bola sem saber para onde ela ia...
Porque ela tinha que me atingir... a minha raiva ocasionada pelo meu mal-humor foi derrotada...
Apaixonei-me pelo garoto...

Mas depois levantei cogitações...foi pena?... fosse ele uma criança sem restrições talvez eu tivesse perdido a linha?
Não sei ao certo... Mas sei que ele me fez ver que problemas... são só passagens... e quando não passageiros é só adapta-los...

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