Remoldando o passado

Eu preferia a vida
A cada dia que vivia criava minhas próprias ilusões
Sonhar nada mais era do que uma brincadeira.
Criava mentiras pra tentar me enganar, perder a minha própria direção.
Sonhava acordada, flutuava e de repente morria afogada.
Meu coração pulsava, pulsava e cada vez mais rápido.
A minha própria auto-enganação fazia que o suor escorresse, as mãos trêmulas e nunca parava.
Foi assim que invejei o gato de sete vidas.
Foi assim que menti novamente pra mim, dando-me sete vidas.
Foi assim que fingi brincar de realidade.

Inevitável

No final de toda história.
Os finais são quase a mesma coisa.
Os acontecimentos durante as tramas são semelhantes, um pouco distorcidos, com cenarios diferentes, outros protagonistas pra encenar com você.
O enredo pode ser diferente, mas o andamento das tramas que vivo foge.
Há uma imensa semelhança em todas elas.
Sendo assim já podemos presumir quais serão os atos.
E por fim já sabemos como essa história vai terminar.
Talvez seja por isso que sempre tentamos evitar.
O medo que sentimos nada mais é do que uma visão da realidade.
O máximo que talvez consiga é ser mais forte e resistente.
Com isso a história toma um rumo voluvél, com menos sofrimento.
Mas é inevitavél, acaba-se caindo!

Quando eu vi

As folhas cairam lá no meio da mata.
Cairam quando ele foi chegando.
A agua que vinha rolando no rio,
começou a rolar contra correnteza
Todo mundo parou e olhou
Chegou, chegou.
É meu benzinho.
com suas força e armas pra me defender
Perto dele alegria e felicidade transbordam.
Os passarinhos cantam
O dia clareia!
Foi assim que eu o vi chegando

A metade podre da laranja

O amor, oh amor.
Desde que somos criancinhas é implantado em nossas cabecinhas a idéia do grande amor de nossas vidas.
A tampa da sua panela,a unha encravada do seu pé, o principe ou princesa encantada.
Enfim acabam nos ensinando que os relacionamentos afetivos são a grande fonte do amor e nossa única chance de ser feliz.
Realmente a felicidade está ligada ao amor, sim existe esse elo.
O amor é algo tão maior que não vai se restringir somente isso, posso nunca vim a amar alguém.
Nunca encontrar a minha metade da laranja.
Mas serei feliz!
Feliz pelo amor de abrir a janela de manhã ver o céu azul e a luz irradiante do sol. O amor de sentir as gotas de chuva enquanto giro loucamente , dançando em poças dagua em um dia chuvoso.
O amor de um dia poder ter meu próprio brotinho gerado dentro de mim.
E não será por culpa da minha metade da laranja estar podre que eu vou ser infeliz.

As fugas

Um dia eu sumi, vários dias e de diversas pessoas.
Fugi pra não sentir o fervor da paixão, fugi temendo que se ficasse vira-se amor.
De todas as vezes somente uma vez, uma única vez permaneci. Reavaliando essa permanência apesar dos APESARES; um dia também acabei fugindo e quando tentei achar o caminho de volta um prédio estava na minha frente barrando minha passagem.
Fui obrigada a entender que quando se foge nunca mais achasse o caminho de volta. e assim acabou-se esse grande problema quando realmente percebi.
Mas como sempre quando você acha que saiu de um problema é batuta, supimpa, depara-se com outro.
Agora esse nó na minha cabeça. Eis a questão das minhas dúvidas mesclada com meus medos e com pitadas de ressentimentos, seria essa a receita.
Enquanto luto e reluto procurando uma decisão, vou ficando e a cada dia que passa a bola de neve dentro de mim vai crescendo.
Vai crescendo é certeza que já perdi alguns de meus controles, movida de novo ...
Novamente questionamentos, pensar, pensar, pensar... porque eu perco tempo pensando em zilhões de possibilidades e nenhuma otimista.
Não... Não...Não... eu mal durmo tentando te buscar, mas você não está fugindo.
Realmente é até chato pois vou entrando entre as entre-linhas cuidadosamente para te observar, mas na realidade não dou espaço pra se movimentar.
Então nem quero pensar como eles se sentiam quando eu fugia;
Sendo assim coloco-me a imposição de caminhar descalça enquanto não surgirem feridas em meus pés.
Bem o mal correr pra fugir a uma altura dessas vai esfolar meu pé e minha alma.
Existe algum outro caminho?

Meu vazio.

Esse enorme vazio.
Pelo vazio vou caminhando procurando algo.
Sim, eu sei que no vazio não existe nada.
Mas eu tinha esperanças que encontra-se alguém.
Ok, logicamente não encontrei nada.
Procurava paredes pra apoiar-me, ali não existia.
Não havia chão, não havia teto, não era raso, não era profundo.
Havia espaço ao mesmo tempo que aparentava ser apertado.
Nesse vazio tentava-se conversar, mas nem o eco estava ali.
Não consiguia ouvir meus próprios pensamentos, eu pensava e simplesmente não relutava.
No vazio, não se chora, se consigui-se chorar teria as lágrimas como visita.
Mas a porta do vazio não existe então não tem como entrar e nem como sair.
Simplesmente esta ali preso.
Tenta sair mas para qual lado ir?

A carta

Ontem anoite chorei.
Por que eu fui abrir e ler aquela carta?
Tratando de quem escreveu eu deveria jogar fora, mas não consegui .
A bendita curiosidade me fez abri-la.
A curiosidade matou o gato, a curiosidade me deixou mal.
Enquanto eu lia relembrava.
A imagem dele caminhando vindo ao meu encontro.
Com aquela cara de bobo alegre, igual aquelas criancinhas de 5 anos que ganham uma caixa de chocolate.
Eu era a caixa de chocolate e seria de mim que ele se lambusaria.
Aquele enorme sorriso, transmitia uma felicidade tão irradiante.
Lembro de seus olhos, de seu olhar que tocava centimetro por centimetro da minha alma. Não do meu corpo.
Lembro de como enquanto estava perto de mim ficava todo abestalhado, sem jeito, desengoçado.
E naquela época eu achava engraçado.
Agora são só lembranças e saudade.
Doer dói, mas já não é o mesmo sentimento.
É só uma raiva de ter perdido alguém.
Enfim, a curiosidade matou minha noite.
A lua e estrelas despencaram.

* Nota

Onde está, onde está minha musa inspiradora???

Ventos

Oh, meus ventos.
Guia-me
Deixe-me sentir
Embala-me
Faz-me dançar.
Faz-me viver
Faz-me girar
Faz-me erguer
Faz-me gritar
Faz-me rir
Faz-me chorar
Faz-me agir
Faz-me LUTAR

Eparrei!!

A Janela do Meu Quarto

Era o tempo em que do lado de dentro;
Olhava-se pela janela o lado de fora.
Imaginava-se como era estar lá fora,
como era a liberdade que só existia do lado de fora.
É o tempo em que do lado de fora;
Olha-se pela janela o lado de dentro.
Deseja-se voltar para o lado de dentro,
enta-se entender o que ocorre do lado de dentro.
Eu só queria voltar para dentro!

Esta manhã

És a luz do sol,
Do sol que irradia
Nesta manhã tão tímida
Este calor que te aquece
Ao te olhar,
oh ceú
Como estas limpido,
Como estas belo
Este fascinio
Este te admirar
Acabou-se
o tempo
Acabou-se
meus dias
Acabou-se
estas chuvas!

Você?

Com seu belo rostinho.
Observo o quanto voce observa.
Analisa cada detalhe.
É como se estivesse procurando defeitos.
Me irrita.
Me sinto como se cada movimento fosse friamente avaliado.
Mesmo detestando o jeito que me olha.
Eu queria te olhar na maioria dos dias.
Mesmo correndo o risco de certos olhares.

Terrivel novembro

Não deveria ser doce novembro, deveria ter sim um filme do terrivel novembro.
Odeio novembro, correria total.
É a correria para correria de fim de ano que parece perto mas ainda esta longe.
É a fase da correria esgotante, pois já estamos nos preparando para acomodação das férias.
É detestavel fim de ano, lembra natal, que lembra família, que lembra opiniões e nariz se intrometendo, lembra falsidade pois feliz natal será distribuido ate para quem não se vai com a cara.
Já não aguento correr, não aguento onibus, não aguento carro, não aguento aula, das provas prefiro nem falar.
Pior ainda é achar que um simples dia no ano 1º de janeiro será um ano novo e tudo será diferente.
O rumo até pode ser,mas a essência e gosto é o mesmo.

O..... É

É o seu cheiro;
É o seu tocar ;
É o seu dizer;
É o seu cantar;
É o seu agir;
É o seu falar;
É o seu rir;
É o seu enrolar;
É o seu sumir;
É o seu ser,
É o seu olhar.
É o que eu gosto.