quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Reh -Observe

A janela do quarto fechada. Mas percebia-se que claridade transbordava para dentro dele pelos pequenos espacinhos de ar.
No centro havia a cama do lado direito da cabeceira, um criado-mudo.
Somente os criados são mudos, o resto dos móveis devem falar rs.
Em cima dele havia um copo dagua caso a preguiça de ir a cozinha fosse maior ali existia também o despertador para interromper a magia dos sonhos.
Depois daquela correria do dia, deitaram-se e ali ficaram durante um tempo a conversar sobre seus problemas, utopias, dizeres e acreditares. O que os ligavam tanto tempo não era nada carnal isso era fato, ele adormeceu e ela o observava.
Reh-Observe, enrolados entre lençois estampados ela sentou-se na cama e contorno cada um deles com seus dedos levemente para não acorda-lo enquanto pensava.
Ela não durmira durante aquela noite seu coração relampejava ao observar que ele passara mal durante toda noite, com tosses e aparentes faltas de ar e delírios.
A preocupação aflingia ela, ela sentia-se como um assassino que age por violenta emoção e vem a se arrepender após ter produzido o resultado.
A sensação que ela sentia era que sabia que aquela seria a última noite, a última vez que ela estaria ali. Mas como?
Como saberia algo que ela planejava em silêncio dentro de si.
O despertador tocara, acordaram. A correria começara, ela correu para rodoviária, pegou o primeiro ônibus para horas de distância, longe daquele lugar e longe da casa dela. Durante dias ninguém sabia sua procedência.

Nenhum comentário: